sábado, 26 de dezembro de 2009

O TEMPO

O tempo vai engolindo o tempo
Numa corrida apostada
Contra a própria vida

Os ponteiros giram, em vendaval
Areia desliza pelo vão
Soterrando as memórias

Sob tantos tiros de realidade
Ainda nos perguntamos:
"Haverá sonhos para sonhar
Quando as luzes se apagarem??"

Nossos olhos fundos
Expressam a incerteza
"A que horas acordaremos
Se as luzes não se acenderem??"

O tempo é criança
O tempo é adulto
O tempo é fugaz
Mais parece um vulto...

O tempo não espera
O tempo não cede
O tempo nos olhos
De quem se despede...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Dia 24, véspera de Natal.

Vim aqui pra Tijuca, passar com a família. Eu gosto pra caralho de Natal, acho uma tremenda tr00zice de gente metida a evil dizer que o Natal é uma data comercial e blábláblá. O Natal existe muito antes da Coca-Cola ser inventada. E apesar do lado comercial, qual é o problema?? Vamos trocar presentes e ser felizes, então, porra!! Até porque as outras datas comerciais não são desprezadas como o Natal.


Eu sou um daqueles que ainda acredita no espírito do Natal, que um astral muito positivo ronda esse dia, que as pessoas, em geral, são contagiadas pelo clima de festa, de renovação, de reconciliação e que elas ficam mais tolerantes e carinhosas.

O Natal é sim, uma data especial. Quem é cristão, festeja a vinda do Menino Jesus. Quem é materialista, dá presentes pra quem ama. E outros, como eu, simplesmente entram no clima e passam um dia em sintonia com coisas boas e na companhia da família, ainda que alguns parentes sejam pentelhos, mas foda-se, é Natal.


Acho que o espírito do Natal é esse. É centrar nas coisas boas, já não basta que os outros 364 dias do ano já são caóticos o bastante. Então, ao invés de ficar pagando de amarguinho e maldizendo este dia, largue de ser uma pessoa cinza e dê uma amolecida, abrace quem você ama, seja gentil com quem você não conhece, e perdoe alguém que te magoou, porque é pra isso que serve o Natal.

Lembre-se do que o cara disse: "Fundamental é o amor e é impossível ser feliz sozinho".

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Milhares de idéias, dúvidas e sentimentos confusos, e maravilhosamente caóticos pairam sobre a minha cabeça. Ultimamente, tudo o que eu sinto vontade é de me trancar com as pessoas certas numa casa e só sair de lá com 20 músicas prontas, direto pra estrada...
VERMELHA

Estalo, aguardo
Estreito entre o véu da noite fria
Qual centelha, venha ela,
Vermelha, trazendo a luz do meu dia.

Me abraça, me abrasa,
Teu seio, sob o negro véu, desponta
Vejo um alvor, são beijos de amor
Numa nova cena que se monta.

Teus cabelos cor do Sol
Raiam sobre meu rosto.
Meus lábios rachados
Se refazem ao provar do teu gosto.

Vem, alvorada, ilumina
Vermelha, mulher, aurora, menina.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Domingo foi a festa de aniversário do meu amigo e guitarrista Leo.

Foi foda pra caralho. As jams da galera, tocando Gilgamesh, Offspring, Pitty, Dir en grey, Michael Jackson e tudo o que tu puder imaginar; farra na piscina, cerveja pra caralho, show da B!!, papos filosóficos no porto, ir pro boteco dos fundos da ilha de cueca. Dois dias fodas pra caralho, longe do mundo real.

Ir lá é sempre uma viagem no tempo, é sempre um momento de reflexão pra mim, ao mesmo tempo gostoso e triste. Revivo um pedaço do que talvez seja a época mais importante da minha vida, mas que nunca mais volta a ser como era, infelizmente. Tantos anos se passaram, e não ser recebido pelo Shin-chan com um coco na boca, olhar praquele sofá e não ver aquele grande cara sentado, pedindo um cigarro, aquela sala sem o piano, aquele templo sem o gongo e sem o shamisen, tudo isso ainda parece estranho e surreal. Não tem mais Bonde do Texugão, não tem mais cundê-raraundéum. Sentado no porto na noite de domingo, fiquei pensando pra onde vão essas lembranças, e como o agora também converter-se-á em memória daqui a uns anos. O que vai sobrar disso tudo quando nenhum de nós estiver mais aqui?? O que eu vou dizer pra Deus quando eu morrer e for pro "céu"?? O céu, pra mim, é essa vida que eu tenho aqui. Com a minha família de sangue, e com meus irmãos de escolha. As vezes, pens que não quero conhecer nada diferente disso.

Foram só 2 dias. 2 dias de volta a eternidade.

Tentando de novo...

... pela pentelhésima vez.